Bullying - Reportagem Revista Abril

"Olá, meu nome é Alye. Eu estou na oitava série. Eu pareço feliz? Bem, eu não sou. Estou assim desde a sexta série. Não tenho muitos amigos. 3? 4? Por quê? Sou uma vítima de bullying. Não há um dia que se passa sem uma dessas palavras: piranha, vagabunda, gorda, lésbica, vadia, maluca, feia, esquisita. Eu não me corto, mas estou perto. Passo mais tempo na orientação pedagógica do que nas minhas aulas. Gosto da minha escola, só não gosto dos colegas. Será que lá no ensino médio as coisas vão piorar? Socorro".

Segundo os estudos da União Européia, 39% dos alunos da escola sofrem de bullying, sendo o Reino Unido o país com maior índice. Na Espanha um em cada quatro alunos sofre abuso escolar, em outras palavras 25% das crianças em idade escolar. A coisa mais preocupante, é que o bullying continua crescendo e não somos capazes de parar com isso.

Saber conviver com as diferenças,  significa reconhecer e aceitar no outro aquilo que difere de você. É também um dos meios de se relacionar de forma mais respeitosa e ética com as pessoas ao seu redor. As diferenças podem ser encontradas tanto em sua própria casa como em espaços públicos, como a escola e a rua.

Consideradas "normais" por muitos pais e professores, as pequenas agressões são motivo de preocupação para os pesquisadores. "Elas ocorrerem quase sempre em sala de aula, sem que a presença do professor altere a probabilidade de sua manifestação. A violência na escola tende a ser uma etapa inicial desencadeadora de processos de maus tratos que, em sua repetição, tornam-se mais violentos".
              As vítimas do bullying são descritas por estudantes, como “diferentes”, que possuem “algum traço físico marcante, algum tipo de necessidade especial, roupas consideradas diferentes, objetos ou bens, consumo de bens indicativos de status sócio-econômico superior ao dos demais alunos”.

Você pode às vezes não perceber, mas talvez suas atitudes com algumas pessoas da sala e/ou escola podem ser agressivas e ofensivas. Reflita sobre seu comportamento e tente perguntar a si mesmo se você não tem sido autoritário, controlador, dominador e até mesmo preconceituoso com pessoas diferentes de você. A escola deve ser um lugar de aprendizagem, amizades e socialização e não um espaço de violência (sejam elas físicas, verbais e/ou psicológicas).

Fonte de pesquisa: http://www.abril.com.br/educacao/bullying